Samurais foram explorados de diversas maneiras nas mais diferentes mídias. Filmes, livros, desenhos animados e jogos já tiveram sua parcela de títulos do gênero. Como Ghost of Tsushima poderia agregar a essa leva de material já lançado? O game consegue se destacar levantando a pergunta: morrer pela honra, vale a pena?
A invasão dos mongóis
Ghost of Tsushima tem início com a invasão dos mongóis e a batalha dos samurais para enfrentá-los. A força mongol, porém, é arrasadora e um massacre do exército japonês acontece. Jin Sakai, um nobre samurai, é um dos poucos sobreviventes.
Ele consegue sair vivo pela ajuda de Yuna, uma ladra que o tira do campo de batalha e cuida de suas feridas. Recuperado de corpo, mas com a honra manchada, Jin deve resgatar seu tio, Lorde Shimura, que foi capturado pelo exército mongol.

Porém, com a maioria dos samurais derrotados, Jin é um dos poucos sobreviventes da resistência japonesa e deve criar estratégias, algumas das quais seu tio não aprovaria, para conseguir vencer e expulsar os mongóis.
Ghost of Tsushima possui um lindo mundo aberto
Um dos destaques de Ghost of Tsushima é sem sombra de dúvidas, a beleza de seus cenários. O jogador explora a ilha, que é apresentada no game em três partes. Em meio a essa exploração a vontade de usar o modo foto é constante, pouco importa onde você está no jogo.
Diferente da maioria das obras de mundo aberto, em Ghost of Tsushima não há marcações no mapa. Você descobre pontos de interesse ao explorar, mas pode obter ajuda para isso. Cada vez que você resgata camponeses reféns dos mongóis eles garantem uma nova localização, que precisa ser libertada dos inimigos.
A natureza é outro fator importante para descobrir localizações. Pássaros amarelos sempre te levarão para pontos de interesse, onde você pode encontrar itens cosméticos, desafios pelo mapa ou missões secundárias. Raposas saltitantes mostram ao jogador a localização de santuários para obter melhorias. E quem não afaga a raposa em seguida, não tem um bom coração. Felizmente, a maioria dos jogadores opta por fazê-lo.

As formas de se orientar pelo mapa do game são sutis. Ao marcar alguma localização nele, não há linhas no chão ou setas, o vento é o guia de Jin para o local escolhido.
O jogador também deve ficar atento a fumaças, sejam brancas ou pretas, que podem levar a lugares tomados pelos inimigos.
Diferentes inimigos, diferentes posturas
Os mongóis possuem diferentes formas de atacar e cabe a você se adaptar a cada uma delas. Há adversários com escudos, lanças e também os brutamontes. Então, atente-se à forma de quebrar a defesa de cada um para vencê-los rapidamente.
Para isso, alterne entre posturas conquistadas, que podem ser melhoradas lhe dar vantagens ao enfrentar apropriadamente cada tipo de inimigo. A falta de uma trava na mira, porém, pode atrapalhar ao enfrentarmos muitos inimigos de tipos diferentes.
Além dos mongóis
Com o objetivo de expulsar os mongóis de Tsushima, Jin precisa de aliados, que podem ser conquistados ao ajudarmos com seus problemas pessoais a princípio. As missões secundárias envolvem busca por vingança, acerto de contas e lembranças do passado. Finalizar essas missões nos permite conhecer mais nossos aliados, o que nos leva até a gostar de alguns e julgar as escolhas de outros.

O Fantasma
Como derrotar um exército praticamente sozinho? Jin precisa responder essa pergunta se quiser libertar seu tio e a própria ilha de Tsushima dos mongóis. A solução, fornecida por Yuna, é usar de ataques sorrateiros. Jin é contra a princípio, pois o código samurai o obriga a sempre atacar de frente. Mas em algumas situações isso só irá ocasionar na morte de mais um samurai, o que não tem valia.
A forma como o jogador enfrentará seus inimigos é livre, até certo ponto. Você pode utilizar as armas fantasmas, que permitem um ataque sorrateiro mais eficiente, ou pode confrontar seus inimigos de frente. Há inclusive o recurso do Confronto, onde ao atacar seu inimigo na hora correta, você obtém vantagem contra os demais.

A escolha do jogador não interfere na história em si, contudo modifica o mapa. O próprio desenvolvedor do game menciona que atacar seus inimigos de forma sorrateira faz com que o clima na ilha esteja sempre fechado. Utilizar esse recurso várias vezes também ocasiona na ativação de memórias do Jin, onde seu tio o diz que a honra de um samurai exige o ataque sempre de frente.
Seguir o código samurai foi a minha escolha na maior parte das vezes. Sempre optava pelo confronto e pelo ataque de frente, exceto em algumas missões onde ser detectado era proibido. Essas acabaram sendo as missões que menos gostava de fazer, mesmo que em outros jogos sempre optei pela forma sorrateira para atacar.
Mesmo que você opte por seguir o código samurai, é obrigatório entender que atacar de frente ao estar em desvantagem numérica não é algo muito inteligente. Jin acaba compreendendo isso e cada vez mais sua fama de Fantasma cresce. Contudo, o mesmo não acontece com seu tio. Lorde Shimura é irreversível com relação a honra samurai, mesmo que isso signifique perder vidas.
A Tradição em Ghost of Tsushima
Dá para perceber o cuidado que Ghost of Tsushima teve ao retratar o povo japonês e suas tradições. O respeito com os mais velhos, a honra e cultura. Mesmo Jin sendo um samurai implacável, o jogo tem seus momentos de calmaria. Um exemplo disso são os haikus, poemas que são escritos pelo protagonista/jogador. Momentos de reflexão podem ser feitos também enquanto Jin relaxa em uma fonte termal.
O touch pad do controle possui várias funções, como usar o vento guia e limpar a espada para embainhá-la. Porém também é possível cumprimentar respeitosamente aliados e NPCs, que respondem ao seu cumprimento.

Conclusão
Tudo isso faz de Ghost of Tsushima uma experiência positiva. A ambientação com cenários incríveis, mais o questionamento de honra x sobrevivência fazem o game marcar sua presença de forma sólida, mesmo que existam tantos outros materiais sobre os guerreiros samurais.