DANCE! No longínquo ano de 2009, escutei esta palavra cantarolada logo na abertura de Just Dance para o Wii. Era divertido, interessante e um passatempo perfeito para os churrascos com a família e amigos. Dê lá para cá, acompanhei a trajetória da série por diversos consoles como Wii U, Xbox 360, Xbox One e PlayStation 4. Eis que, em 2019, a título de dança mais querido e jogando do mundo completa uma década de existência.
Lançado em 5 de novembro, a edição 2020 chegou para PlayStation 4, Nintendo Switch, Wii, Xbox One e fez sua estreia no Google Stadia. Vale frisar o game persiste até hoje no querido (e vendido) Nintendo Wii, fazendo sua despedida oficial nesta edição. Uma vida longa para o videogame que marcou com seus Wiimotes, Nunchakus e sua jogabilidade “diferentona”.
Recebemos da Ubisoft a versão de Just Dance 2020 para Nintendo Switch. Uma grata surpresa, visto que em anos anteriores joguei as versões para Xbox One (com e sem Kinect). Apesar de uma resolução um pouco menor em relação aos concorrentes, o jogo para o console híbrido da Nintendo surpreende pela diversão e precisão nos movimentos. Entretanto, nem tudo são flores…
Pegue seu joy-con e “JUST DANCE”
Sério, sempre gostei da grande variedade das músicas em cada edição da série. E nesta não seria diferente. Com nomes importantes como Backstreet Boys (ah os anos 90), Arianna Grande, Black Eyed Peas, Lexa e Pinkfong (aquela do grande hit “Baby Shark”), a seleção de músicas é boa. O único grande problema dela é a distribuição das mesmas no menu de seleção.

Agora, as músicas são divididas em setlists com os mais variados temas, estilos e até mesmo séries. Estão todas lá, mas muitas vezes iremos nos deparar com diversas faixas pertencentes a jogos de anos anteriores, disponibilizadas via assinatura Unlimited.
Tudo bem, você pode aproveitar o mês gratuito oferecido durante a compra do jogo. Mas fiz o teste nos primeiros dias sem utilizar o recurso. Devo dizer que foi algo frustrante, tendo que caçar as músicas desejadas navegando por menus e listas variadas. É quase como se a assinatura Unlimited fosse um item obrigatório para o game, algo não tão forçado em versões anteriores.

Os joy-cons funcionam de maneira impressionante, replicando os movimentos de uma maneira simplificado. O único problema no primeiro momento é o posicionamento da mão onde o controle (ou celular) fica localizado. É preciso saber com precisão o posicionamento do joy-con. Se a mão do personagem na música estiver de costas, o controle também precisará estar na mesma posição.
Infelizmente, a resolução de Just Dance no Modo TV do Switch é muito abaixo dos concorrentes como PlayStation e Xbox. Assim, ao primeiro momento, você poderá errar alguns passos simplesmente por não visualizar com precisão o movimento correto (em especial a posição das mãos). Ao jogar as edições de 2017 até 2019 no Xbox One, nunca tive grandes problemas com esses movimentos. Não que eu seja esse mestre da dança…

Depois de pegar o jeito jogando algumas músicas várias vezes, é possível pontuar normalmente. Claro que os fãs mais fervorosos vão dizer que Just Dance de verdade é com o Kinect do Xbox. Só lamento para essas pessoas. A série foi feita para divertir e dançar da maneira que você bem entender. Seja com precisão, com animação ou simplesmente por zoação. A ordem da vez é a diversão. E nesse quesito, a versão 2020 não decepciona.
Tem lugar para todo mundo
Falando em celular, o aplicativo Just Dance Controller disponível para iOS e Android continua recebendo suporte. Por isso, não se desespere em comprar vários joy-cons por 400 reais ou mais. Até seis jogadores podem se divertir por meio de celulares e controles. Ao realizar testes com os telefones, pude notar que a precisão continua um pouco falha, mas está melhor do que em versões anteriores. Ano após ano, a Ubisoft vai melhorando a funcionalidade.

Um sistema interessante do game são as pontuações combinadas. Ao invés de simplesmente competir, é possível juntar a galera e curtir uma dança amistosa em busca de um objetivo comum. E uma dica, esta é a melhor forma de ganhar as “moedas” do jogo para desbloquear avatares, carimbos, selos e outros itens do jogo.
Por fim, para aqueles que não lutam para perder uns quilinhos e entrar no modo “Projeto Verão”, Just Dance continua sendo uma boa pedido. Lembro com alegria quando consegui perder nove quilos jogando por três meses a edição de 2011. A contagem de calorias no modo de exercícios continua interessante e agradável. Só senti falta de exercícios de alongamento de versões anteriores do game.
Que venha mais uma década de Just Dance
Apesar de problemas, Just Dance 2020 segue divertindo com sua jogabilidade e estilo. E a Ubisoft não decepcionou nesta edição comemorativa, com novos modos de jogo como o All Stars, onde fazemos um tour em uma nave espacial por planetas que revivem grandes hits do passado.

O game oferece muito o que explorar, ouvir e jogar. O único grande problema mesmo é a quase obrigatoriedade da assinatura Unlimited, custam salgados 24.99 dólares na versão de Switch. Até o fechamento desta review, não encontrei a opção de compra para o Switch na eShop brasileira.
Just Dance 2020 continua a saga da Dança iniciada no Wii, decepcionando em alguns pontos e melhorando em outros. Como minha primeira experiência com o jogo no Switch, posso dizer que ela foi excelente (apesar de quase explodir meu joy-Con na parede). Um game recomendado para se exercitar, dançar sozinho ou com a galera.
*Análise realizada com jogo fornecido pela Ubisoft Brasil